«Há uma desmotivação no grupo parlamentar, tenho falado com alguns deputados que me transmitem isso, como basta ver pelo empenhamento de poucas pessoas e a falta de envolvimento que existe no grupo parlamentar», disse o presidente da Comissão Política Distrital do Porto.
Questionado sobre as 28 faltas de deputados sociais-democratas - em 75 - nas votações de sexta-feira na Assembleia da República, que poderia aprovar um projecto do CDS-PP que recomendava a suspensão e simplificação da avaliação dos professores, o social-democrata declarou que se tratou de «um acidente de percurso», mas que a situação revela «uma certa desarticulação na direcção da bancada».
«Efectivamente a informação que eu tenho é que foi um acidente de percurso que resultou de uma certa desarticulação da direcção da bancada», disse, acrescentando ainda que, após a greve de professores no dia 3 de Dezembro, o PSD perdeu uma oportunidade para mostrar ao país que é «a única alternativa» ao Governo «desastroso» do PS.
«A educação é uma questão central, determinante para a afirmação do país a nível externo (…) após uma greve de professores sem precedentes históricos, o PSD escolheu como tema para debate no Parlamento o caso do Banco Privado Português, esta escolha parece-me errada porque nesse dia o PSD podia mostrar ao país um sistema global de avaliação que valorizasse a qualidade do ensino».
O autarca de Gaia frisa «que era necessário que [o PSD]apresentasse essa proposta para que a sociedade portuguesa percebesse que a única alternativa a este Governo desastroso do PS era o PSD, é uma concepção errada de agenda política», criticou.Marco António Costa reiterou também as críticas ao líder da bancada social-democrata e afirmou que a forma como a líder do partido, Manuela Ferreira Leite, lidou com a situação, ao chamar publicamente Paulo Rangel à sede do PSD para explicar o sucedido, «fragilizou a sua posição».
«Se estivesse na posição de Paulo Rangel obviamente demitia-me. Comprovadamente as coisas não estão a resultar na direcção do grupo parlamentar, a própria forma como Manuela Ferreira Leite tratou este assunto fragiliza a posição pública do líder da bancada parlamentar e fica diminuída a posição institucional do presidente do grupo parlamentar, a situação é embaraçosa e muito gravosa para imagem do partido», concluiu o líder do PSD/Porto.
Lusa/SOL
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